(Avaliação) Chevrolet Equinox RS 2024: comprar agora ou esperar a nova geração?

O Equinox anda meio esquecido: modernizado pela última vez há pouco mais de dois anos, já é um carro com bons anos de estrada (chegou aqui em 2017), mas a concorrência sempre foi feroz, não deixando que ele tivesse o sucesso merecido. Por ser importado do México, também nunca teve o melhor preço da categoria. De qualquer forma, o fato é que esse carinha das fotos não deve durar mais muito tempo à venda, afinal sua geração seguinte é prevista para chegar ao Brasil entre o final de 2024 ou início de 2025. Vale a pena esperar por ela, ou o atual é mais negócio? Vejamos… 

Por algo ao redor dos R$226 mil é possível levar para casa um Equinox RS, a versão com visual esportivo avaliada, que é a mais em conta da linha (o vermelho metálico é opcional por R$2 mil extras). Convenhamos, se realmente a nova geração vier com motorização híbrida, há grandes chances de seu preço básico ser maior, talvez se aproximando do que hoje é cobrado pela topo de linha Premier (R$248 mil). Caso existam também versões a gasolina sem auxílio elétrico, aí a história já pode ser outra, mudando os parâmetros de preço, consumo e desempenho.  

A geração atual não deve durar muito mais tempo à venda: ela já tem sucessor pronto (Foto: Lucca Mendonça)

Há quem aposte na importação das configurações 1.5 turbo a gasolina, como a dos carros atuais. Sob o capô dessa RS, o motor Ecotec com quatro cilindros, que peca por não aceitar etanol, mas tem bons números de potência e torque (172 cv e quase 28 mkgf). Vale lembrar que esse 1.5 turbo não tem nada a ver com os 1.0 turbo e 1.2 turbo de Onix e Tracker: o propulsor do Equinox é parente daquele 1.4 turbo dos últimos Cruze, outra família. Com ele, o carro não é tão rápido quanto aquelas primeiras versões 2.0 turbo, porém se vira bem no uso diário, como já adiantam os dados de ficha técnica (ao redor de 9,0 segundos no 0 a 100 km/h).  

O torque prematuro, que se estende até os 4 mil rpm, as 16 válvulas ideais para médias e altas velocidades e a esperteza da caixa automática de seis velocidades ajudam bastante na boa disposição do carro. Como deixa de lado modos de condução ou trocas manuais das marchas (as teclas na alavanca são para fixar marchas específicas), depende apenas da programação eletrônica da transmissão para reduções ou passagens. Por sorte, o câmbio GF6 é bastante esperto nesse ponto: entende bem a proposta do motorista para uma condução mais econômica ou esportiva, e comanda as trocas de acordo com isso.  

O que pode acontecer é, vez ou outra, ele vacilar demorando demais para uma redução imediata, já que está “memorizado” para um estilo de guiar mais pacato e suave. O oposto, também: segurar uma determinada marcha até maiores rotações em prol da performance quando o motorista deseja economia. Nada que alguns km rodados, para ela entender a tocada de quem vai ao volante, não resolva. Enquanto isso, o consumo de gasolina é razoável: no uso comum, chegou a fazer 9,3 km/l na cidade, superando os 13,5 km/l nos melhores momentos de estrada. Em aproximadamente 830 km rodados entre uso urbano e rodoviário, encerrou o teste com média geral de 12,2 km/l. Curioso é que essa versão RS tem tanque 3 litros menor que a topo de linha Premier. O alcance máximo, por isso, é menor no carro avaliado.

Estradeiro que é, com suspensões macias e comandos suaves de freio e direção, sem que nada comprometa a segurança ou dirigibilidade, o Equinox gosta mais de “cruzar” rodovias em velocidades mais elevadas, com o motor na sua faixa ideal de rotação (gira a 2.700 rpm a 120 km/h em 6ª). Nessa condição, além do considerável silêncio a bordo e melhores marcas de consumo, ele não precisa tanto recorrer às reduções: com três a bordo mais bagagens, a 5ª só entrava em ação nas ultrapassagens e retomadas, já que a relação da 6ª, não muito curta, permite que o motor esteja quase sempre na sua faixa de força máxima. 

Na cidade ele também é um belo carro, especialmente também no quesito conforto e absorção da buraqueira. As suspensões, de vez em quando, parecem penar um pouco no nosso solo lunar, mas a robustez ainda fala mais alto. Só é preciso tomar cuidado para não “enroscar” sua frente nas lombadas e valetas: o ângulo de ataque é um tanto limitado, assim como a altura livre do solo, deixando a parte inferior do parachoque frontal suscetível a alguns arranhões. A visibilidade é boa, mas a direção com relação mais direta requer algumas manobras extras nas balizas apertadas. Questão de costume e preferência: há quem goste do maior raio de giro em conjunto da assistência elétrica bem macia, como é o caso dele.  

A parte interna sente mais o peso da idade, porém segue ergonômica e espaçosa (Foto: Lucca Mendonça)

E, falando em maciez, como pede um carro vendido também para os norte-americanos, a vida a bordo conta muito a favor. Nessa versão RS, o Equinox já compreende um competente ar digital automático, multimídia completona com apps nativos, internet 4G a bordo, tecnologia Park Assist que estaciona o carro sozinha, ajustes elétricos do banco do motorista e o conforto de ter comandos intuitivos e na mão. Sem contar, claro, a cabine muito espaçosa para até quatro adultos e uma criança, que dá direito ao teto alto e plano, assoalho sem ressaltos, um vão generoso para as pernas de quem vai atrás e o bom porta-malas. Se sua carroceria fosse um pouquinho maior, acomodaria até uma terceira fileira de bancos lá atrás, tamanha a distribuição interna de espaço. 

Poderia ter de melhor, apenas, um assento mais longo para os bancos dianteiros, ajuste de altura dos cintos dianteiros e uma montagem mais esmerada das peças da cabine. Os materiais escolhidos agradam: plásticos de boa qualidade, apliques de couro sintético, cromados, black piano, costuras vermelhas etc. Aliás, a versão RS tem um belo pacote visual tanto por fora quanto por dentro: mesmo não tendo teor de novidade algum, o carro ainda atrai muitos olhares pelas ruas e avenidas. É bonito! 

Esperar? 

Foto: Chevrolet/divulgação

A nova geração do Equinox ainda está para sair do forno oficialmente: tá pronta, mas as vendas ainda não começaram, nem mesmo nos EUA. Claro, será um produto mais moderno e tecnológico que esse atual, com direito a painel de instrumentos digital embutido na mesma moldura da multimídia (como visto nas nossas novas Montana, Spin, S10 e Trailblazer), várias outras tecnologias de segurança e assistência a condução (o Equinox atual fica devendo o ACC, piloto automático adaptativo, que estará no novo carro). O visual também se iguala ao dos GM modernos. 

Foto: Chevrolet/divulgação

Por outro lado, a nova carroceria não crescerá muito se comparada a essa que temos hoje. Ou seja, quem desejava um carro maior, de certa forma vai ficar querendo: é o mesmo comprimento e distância entre-eixos, baixando 4 cm na altura, mas ganhando 6 cm na largura. O porta-malas, em contrapartida, está muito maior, com quase 850 litros, deixando o compartimento dessa atual geração comendo poeira. Também é, no geral, um carro um pouco mais leve, mantendo o tamanho do tanque de combustível atual nas versões com tração integral (hoje só a Premier é AWD).  

Foto: Chevrolet/divulgação

E, além disso, se chegar em solo nacional com a opção da motorização híbrida, a nova geração do Equinox será ainda muito (muito mesmo) mais econômica que a atual, em que pese o fato de ainda beber só gasolina. As novas transmissões automáticas, CVT ou convencional de oito marchas, também devem ajudar nessa missão de poupar combustível. O preço ainda é um segredo que não deve ser desvendado dentro em breve, e ele deverá ditar os rumos do SUV da Chevrolet no mercado brasileiro entre sucesso ou “lanterninha” do segmento. Deve vir para cá também a variante elétrica do SUV, Equinox EV. E aí, espera o novo ou vai de atual? 

Ficha técnica:

Concepção de motor: 1.490 cm³, gasolina, quatro cilindros, 16 válvulas (quatro por cilindro), turbo, injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas, variador de fase na admissão e escapamento, bloco e cabeçote em alumínio
Transmissão: automática com 6 velocidades, sem possibilidade de trocas manuais
Tração: dianteira (FWD)
Potência: 172 cv a 5.600 rpm
Torque: 27,8 mkgf entre 2.000 e 4.000 rpm
Suspensão dianteira: independente, McPherson, com barra estabilizadora
Suspensão traseira: independente, Multilink, com barra estabilizadora
Direção: com assistência elétrica progressiva
Freios: discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira
Pneus e rodas: Hankook Kinergy GT, medidas 235/50 e rodas de liga-leve aro 19
Dimensões (comprimento/largura/altura/entre-eixos): 4,65 m/1,84 m/1,70 m/2,72 m
Porta-malas: 468 litros
Tanque de combustível: 56 litros
Peso em ordem de marcha: 1.561 kg
Aceleração 0 a 100 km/h: 9,2 segundos
Velocidade máxima: 200 km/h
Preço básico: R$225.710 (carro avaliado: R$227.710)

Itens de série:

Detalhes internos e externos em Black Piano, 6 airbags (frontais, laterais e de cortina), Alarme, Alerta de pressão dos pneus, Controles eletrônicos de estabilidade (ESP) e tração (TC), Faróis e lanterna de neblina, Faróis dianteiros em LED, Luz de condução diurna em LED, Lanterna traseira em LED, Protetor de cárter, Sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, Sistema de freios com ABS, EBD e PBA, Rodas de alumínio aro 19 escurecidas, Faróis com sensor crepuscular, Assistente de partida em aclive, Câmera de ré, Chave eletrônica, Easy Entry – Abertura das portas e alarme através de sensor de aproximação na chave, Computador de bordo com tela LCD colorida, Cobertura do porta-malas, Controlador de velocidade de cruzeiro, Descansa-braço dianteiro e traseiro, Direção elétrica progressiva, Espelho retrovisor interno eletrocrômico, Banco com revestimento premium, Banco traseiro com encosto ajustável, Banco do motorista com regulagens elétricas, Ar-condicionado digital automático dual zone, dutos de ar para o banco traseiro, Coluna de direção com regulagem em altura e profundidade, Espelhos retrovisores externos com indicador de direção e rebatimento elétrico, Chevrolet MyLink, com Tela LCD sensível ao toque de 8″, navegador e internet 4G integrados, Android Auto/Apple CarPlay sem fio, Spotify e Amazon Alexa integrados, Navegador GPS online, OnStar – Pacote Exclusive, Alerta de colisão frontal, Alerta de detecção de pedestre frontal com auxílio de frenagem, Alerta de movimentação traseira, Alerta de mudança de faixa, Alerta de ponto cego, Alerta vibratório de segurança no banco do motorista, Assistente de permanência na faixa, iluminação interna em LED, Frenagem automática de emergência, Indicador de distância do veículo da frente, Easy Park – sistema de estacionamento semiautomático, Sensor de chuva, Farol alto adaptativo, Sistema de som com seis alto-falantes

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Com 22 anos, está envolvido com o meio automotivo desde que se conhece por gente através do pai, Douglas Mendonça. Trabalha oficialmente com carros desde os 17 anos, tendo começado em 2019, mas bem antes disso já ajudava o pai com matérias e outros trabalhos envolvendo carros, veículos, motores, mecânica e por aí vai. No Carros&Garagem produz as avaliações, notícias, coberturas de lançamentos, novidades, segredos e outros, além de produzir fotos, manter a estética, cuidar da diagramação e ilustração de todo o conteúdo do site.