Nova Ford Ranger fica ainda melhor com motores sul-americanos

Em um mercado competitivo como o das picapes médias na América Latina, só se sobressai aquele que tiver Raça Forte. Já se vai longe a época em que Henry Ford criou o conceito de picape. Aliás, quando, partindo de um Ford T, o sagaz empresário criou um pequeno utilitário que tinha como objetivo auxiliar os fazendeiros e sitiantes no transporte de carga com um veículo robusto e capaz, ideal para o uso rural. Desde então, já são mais de 100 anos de desenvolvimento do conceito de picapes Ford, e hoje a marca orgulha-se de oferecer ao consumidor sul-americano produtos modernos, tecnologicamente avançados, seguros, atraentes e, além de tudo, resistentes para fazer jus à proposta de Henry Ford no século passado.  

A fábrica argentina de General Pacheco da Ford concentra atualmente a produção da Ranger para todo o mercado da América do Sul, e agora, de lá também, sairão os novos e modernos motores Panther de quatro cilindros em linha e Lion de seis cilindros em “V”, ambos turbodiesel e equipados com o que há de mais moderno. A planta argentina é mais que tradicional, tendo sido inaugurada há quase 63 anos, e passou por sua maior e mais ampla reforma para atender as necessidades de precisão e qualidade na produção da atual geração da Ranger e de seus motores, um processo totalmente digital e conectado.  

A fábrica argentina de General Pacheco é tradicional, e hoje está tão moderna que outras plantas de construção mais recente (Foto: Ford/divulgação)

Não é pra menos que, hoje, a unidade fabril já é integrante do time de plantas que adotam o moderníssimo conceito de manufatura 4.0, se igualando, ou até superando, outras fábricas da Ford nos EUA e Europa no quesito evolutivo. Mais do que modernizada, não é exagero dizer que a planta de General Pacheco foi reconstruída por completo, chegando aos maiores níveis de sustentabilidade e tecnologia de sua história: hoje, toda a sua demanda de energia elétrica é renovável, e a geração de resíduos para aterro é zero. A precisão e qualidade da produção digital de Pacheco é tão vantajosa que ela consegue uma média de reparos a cada 1.000 carros produzidos 28% melhor que a média global de outras fábricas da Ford espalhadas pelo mundo. 

Além do conceito de manufatura 4.0 e da altíssima qualidade de produção da planta argentina, agora ela produz também os motores da Nova Ranger (Foto: Ford/divulgação)

São quase 130 estações de trabalho nas linhas de produção da Nova Ranger e de seus componentes, muitas delas com controle automático de tarefas, pressão atmosférica positiva para expulsar partículas de impurezas do ar, sistema de climatização automático e inteligente para controle de temperatura, além de iluminação em LED, que demanda menos energia elétrica e não dissipa calor. A capacidade instalada é de até 110 mil veículos ao ano, 70% a mais do que antes, graças aos investimentos que totalizaram US$660 milhões. Lá também estão prensas de alta velocidade, mais de 300 novos robôs na produção das carrocerias e processo de pintura com tinta com alto teor de sólidos.

O nível de automação e controle de qualidade dos produtos que lá são feitos impressionam, assim como as tecnologias implantadas nas linhas de produção (Foto: Ford/divulgação)

 A agora moderníssima fábrica argentina de Pacheco, além de produzir a Nova Ranger com tolerância de produção que tende a 0% graças à digitalização e ao monitoramento constante por sensores e câmeras, gera o 2.0 16v turbodiesel Panther, um dos mais eficientes e econômicos da categoria com seus 170 cv de potência, e o 3.0 24v V6 turbodiesel Lion, que desponta com o maior torque do segmento (61,2 mkgf), possibilitando que a Ranger seja ainda uma das mais potentes dentre as rivais (250 cv).  

Além da fabricação quase que perfeita da Nova Ranger, de lá saem os motores 2.0 16v turbodiesel e V6 turbodiesel da picape (Foto: Ford/divulgação)

A planta industrial argentina possui o que há de mais atual em maquinário de produção: só para que se tenha uma ideia, graças ao uso de inteligência artificial, aprendizado de maquinário e robotização no mais avançado estágio de modernização, variações de 0,004% são detectadas no processo de produção de peças e componentes. Ou seja, há uma padronização quase total na linha de produção de motores: eles são praticamente idênticos, deixando no passado as variações de especificações técnicas em produtos de uma mesma linha. A capacidade produtiva atual é de 82 mil motores ao ano, dividida em dois turnos.  

A produção é tão precisa que as variações de especificações entre os motores é de apenas 0,004%: quase nula (Foto: Ford/divulgação)

E a Nova Ranger só sai ganhando com essa regionalização da sua produção de motores, permitindo que ainda mais componentes saiam da mesma planta industrial, tornando a fabricação mais regionalizada e centralizada. Enquanto isso, a picape da Ford comemora o sucesso da nova geração, que mantém o patamar de qualidade construtiva da sua antecessora: seu nível de satisfação junto aos clientes aumentou em 20%, suas vendas dobraram desde a chegada da atual geração na América do Sul (já são 37 mil unidades comercializadas), ela foi a picape que mais cresceu em vendas no Brasil em 2023 (aumento de 42,5%), seguindo a evolução em 2024 (9.700 unidades até maio).  

A Nova Ranger, enquanto isso, vai bem: crescendo nas vendas, com maior nível de satisfação dos clientes e emplacando como poucas picapes (Foto: Ford/divulgação)

Os números confirmam aquilo que Henry Ford já havia intuído no início do século 20: um veículo multiuso, e, no caso da Nova Ranger, moderno, conectado, seguro, veloz, confortável e fabricado com as mais avançadas técnicas produtivas da indústria 4.0. 

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Jornalista na área automobilística há 50 anos, trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e na Revista Motor Show por 24 anos, de onde foi diretor de redação de 2007 até 2016. Formado em comunicação na Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Ensino de Engenharia Paulista (IEEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e os Mil Quilômetros de Brasília em 2004, além de ter participado em competições de várias categorias do automobilismo brasileiro. Tem 69 anos, é casado e tem três filhos homens, de 22, 33 e 36 anos.